Notícias do Espaço Setembro-Outubro 2016

CRÓNICAS ESPACIAIS denso. Cada galáxia con- tém cerca de 10 milhões de estrelas. Galáxias anãs são os blocos construtores dos quais se formaram as galáxias maio- res há milhares de milhões de anos no universo primi- tivo. Habitando um grande deserto de sobretudo espa- ços vazios durante a maior parte da história do uni- verso, estas duas galáxias evitaram esse período de muita construção. “Estas galáxias podem ter estado a maior parte da sua história no vazio,” explicou Tollerud. “Se isto for ver- dade, o ambiente vazio de- verá ter atrasado a sua evo- lução. O que evidencia a morada vazia das galáxias é o seu conteúdo de hidro- génio ser de alguma forma grande relativamente a ga- láxias semelhantes. No pas- sado, as galáxias continham concentrações de hidrogé- nio mais elevadas, o com- bustível necessário para formar estrelas. Mas estas galáxias aparen- tam ainda ter essa composição mais primitiva, em vez da composição en- riquecida de galáxias contemporâ- neas, devido a uma história de formação estelar menos vigorosa. As galáxias também são bastante com- pactas relativamente às típicas galá- xias em formação estelar na nossa vizinhança galáctica.” As galáxias anãs são pequenas e des- vanecidas, portanto encontrá-las é extremamente difícil. Os astrónomos descobriram-nas usando radiotele- scópios num estudo único para medir o conteúdo de hidrogénio na nossa Via Láctea. As observações captura- ram milhares de pequenas bolhas de gás hidrogénio denso. A maioria de- las são nuvens de gás dentro da nossa galáxia, mas os astrónomos identifi- nar o brilho de uma galá- xia, e, nestas observações do Hubble, para calcular o quão longe as galáxias se encontram de vazios próxi- mos. Pisces A está a cerca de 19 milhões de anos-luz da Terra e Pisces B a aproxi- madamente 30 milhões de anos-luz de distância. Uma análise das cores das estrelas permitiu aos astró- nomos traçar a história de formação estelar de ambas as galáxias. Cada galáxia contém cerca de 20 a 30 estrelas azuis brilhantes, um sinal de que são muito jovens, menos de 100 mil- hões de anos de idade. A equipa de Tollerud es- tima que há menos de 100 milhões de anos as galá- xias duplicaram a sua taxa de formação estelar. Even- tualmente, a formação es- telar pode ficar mais lenta novamente se as galáxias se tornarem satélites de uma galáxia muito maior. “As galáxias podem até mesmo pro- vavelmente parar de formar estrelas, porque deixaram de obter novo gás para fazer estrelas,” disse Tollerud. “Portanto, irão usar o seu gás exis- tente. Mas é difícil dizer agora exa- tamente quando isso irá acontecer, pelo que é provável que a formação estelar aumente pelo menos por algum tempo.” A equipa de Tollerud espera observar outras galáxias semelhantes com o Hubble. Também planeia verificar no estudo Panoramic Survey Telescope & Rapid Response System (Pan-STARRS) por potenciais galáxias anãs. Telescó- pios futuros de grande estudo, como o Large Synoptic Survey Telescope (LSST) no Chile e o grande radiotele- scópio na China, deverão ser capazes de encontrar muitos destes vizinhos galácticos pequeninos. n caram 30 a 50 dessas bolhas como possíveis galáxias. Os investigadores usaram o telescópio WIYN no Ari- zona para estudar 15 dos candidatos mais prometedores em luz visível. Com base nessas observações, a equipa de Tollerud selecionou as duas que eram os candidatos mais prováveis a serem galáxias próximas e analisaram-nas com a Advanced Camera for Surveys do Hubble. A vi- são sofisticada do Hubble ajudou os astrónomos a confirmar que ambas, Pisces A e B, são galáxias anãs. O te- lescópio Hubble é muito adequado para estudar galáxias anãs próximas e desvanecidas porque a sua visão so- fisticada consegue tirar fotografias com boa resolução de estrelas indivi- duais e ajudar os astrónomos a es- timar as distâncias das galáxias. A distância é importante para determi- P isces B encontra-se a 29,0 milhões de anos-luz de distân- cia. Nesta imagem da galáxia, o objeto brilhante com os picos de difração por baixo e à esquerda do centro é uma galáxia a primeiro plano na nossa galáxia Via Láctea. Várias galáxias de fundo distantes também se encontram visíveis. [NASA, ESA, and E. Tollerud (STScI)]

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