Notícias do Espaço julho-agosto 2018

nheiro sobrevivente de 23 JULHO-AGOSTO 2018 CRÓNICAS ESPACIAIS ! gulhado numa sobremesa de gela- tina – a representar o envelope ga- soso da estrela. Há medida que uma onda de choque passa, a gelatina pode temporariamente esticar e vi- brar, mas o caroço de abacate per- maneceria intacto. Em 2014, Fox e a sua equipa utilizaram o Hubble para detetar a companheira de outra su- pernova do Tipo IIb, SN 1993J. Con- tudo, capturaram um espetro, não uma imagem. O caso da SN 2001ig é a primeira vez que uma compa- nheira sobrevivente foi fotografada. “Fomos finalmente capazes de apa- nhar o ladrão estelar, confirmando as nossas suspeitas de que um tinha de ali estar,” disse Filippenko. Talvez tanto como metade de todas as supernovas despidas de envelope têm companheiras – a outra metade perde os seus envelopes exteriores através de ventos estelares. Ryder e a sua equipa têm o objetivo último de determinar com precisão quantas supernovas com envelopes despidos têm companheiras. O seu próximo empreendimento é olhar para supernovas completamente des- pidas de envelope, opostamente a SN 2001ig e SN 1993J, que estavam apenas cerca de 90 porcento despi- das. Estas supernovas completamen- te despidas de envelope não têm muita interação de choque com gás no ambiente estelar circundante, dado que os seus envelopes exterio- res foram perdidos muito antes da explosão. Sem interação de choque, desvanecem muito mais rapida- mente. Isto significa que a equipa irá apenas ter de esperar dois ou três anos para procurar companheiras sobreviventes. No futuro, também esperam utilizar o James Webb Space Telescope para continuar a sua procura. P ouco depois da SN 2001ig ter explo- dido, cientistas fotogra- faram a supernova com o Very Large Telescope (VLT) do European Sout- hern Observatory em 2002. Dois anos depois, seguiram com o Gemini South Observatory, que suspeitou a presença de um binário compa- nheiro sobrevivente. Como o brilho da super- nova desvaneceu, cien- tistas focaram o Hubble nessa localização em 2016. Apontaram e fo- togravaram a compa- nheira sobrevivente, que foi possível apenas devido à resolução fina e sensibilidade ultravio- leta do Hubble. As ob- servações do Hubble da SN 2001ig providenciam a melhor evidência até agora de que algumas supernovas originam sistema estelares du- plos. [NASA, ESA, S. Ryder (Australian Astro- nomical Observatory), and O. Fox (STScI)] apontaram a localização precisa da supernova com o Very Large Teles- cope (VLT) do European Southern Observatory em Cerro Paranal, Chile. Em 2004, eles depois seguiram com o Gemini South Observatory em Cerro Pachón, Chile. Esta observação disparou primeiro na presença de uma companheira binária sobrevi- vente. Sabendo as coordenadas exa- tas, Ryder e a sua equipa foram ca- pazes de focar o Hubble nessa loca- lização 12 anos mais tarde, pois o bri- lho da supernova desvaneceu. Com a resolução refinada e capaci- dade ultravioleta do Hubble, foram capazes de encontrar e fotografar a companheira sobrevivente – algo que apenas o Hubble poderia fazer. Antes da explosão supernova, a ór- bita das duas estrelas em torno uma da outra demorava cerca de um ano. Quando a estrela primária explodiu, teve muito menos impacto na com- panheira sobrevivente do que se po- deria pensar. Imagine-se um caroço de abacate – a representar o núcleo denso da estrela companheira, mer-

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