Notícias do Espaço Julho-Agosto 2016
PLANETOLOGIA stigadores foram ainda mais longe e calcu- laram o brilho infravermelho do planeta também para tamanhos menores e maiores que 3,7 diâmetros da Terra. Isto é útil para estabelecer se alguns teles- cópios já fotografaram o objeto ou não. A conclusão foi que mapeamentos passados do céu tinham pouca hipótese de sequer conduzida por Christoph Mordasini e Esther Linder (Universität Bern), ambos especialis- tas em modelação de evolução planetária. Usando o seu próprio modelo e assumindo que o Planeta Nove (nome informal do ob- jeto hipotético) é uma versão mais pequena de Úrano e Neptuno, os dois cientistas re- produziram a evolução ao longo do tempo de alguns parâmetros planetários, come- çando pela formação do sistema solar. Isto permitiu determinar o diâmetro e tempera- tura atuais do Planeta Nove. Assumindo uma massa 10 vezes maior que a da Terra (estabelecida com estudos ante- riores), Mordasini e Linder descobriram que o planeta tem um diâmetro 3,7 vezes maior que o da Terra e uma temperatura de menos 226 graus C, ou 47 Kelvin. Um ob- jeto tão frio emite quase exclusivamente luz infravermelha, praticamente inteira- mente produzida pelo seu núcleo a arrefe- cer. Os investigadores suíços calcularam que a energia intrínseca do Planeta Nove é cerca de 1000 vezes maior que a recebida pelo Sol, e que na ausência de uma produ- ção de calor interno, a temperatura super- ficial do objeto seria apenas 10 Kelvin, tornando ainda mais elusivo. Os dois inve- O James Webb Space Tele- scope, do qual vemos aqui alguns segmentos de espelho durante testes criogénicos, será um dos in- strumentos candi- datos a descobrir o Planeta Nove. [NASA/MSFC] Por baixo, Esther Linder e Christoph Mordasini, os dois investigadores que estimaram o diâmetro e tem- peratura do Pla- neta Nove. [Universität Bern]
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