Notícias do Espaço Julho-Agosto 2016

CRÓNICAS ESPACIAIS mais poderosos na Terra ou no es- paço,” disse Barth. “O ALMA possui a habilidade revolucionária de observar discos de gás frio à volta de buracos negros supermassivos em escalas sufi- cientemente pequenas para podermos distinguir com clareza a influência do buraco negro na velocidade rotacional do disco.” As observações do ALMA revelam de- talhes da estrutura do disco na ordem dos 16 anos-luz de diâmetro. Também medema rotação do disco bemdentro do estimado raio de 80 anos-luz da “esfera de influência” do buraco negro – a região onde a gravidade do buraco negro é dominante. Perto do centro do disco, o ALMA observou o gás a viajar a mais de 500 quilómetros por segundo. Comparando estes dados com simulações, os astrónomos calcu- laram que o buraco negro no centro da NGC 1332 tem uma massa 660 mil- hões de vezes maior que o nosso Sol, mais ou menos dez porcento. Isto é cerca de 150 vezes a massa do buraco negro no centro da Via Láctea, mas ainda comparativamente modesto re- lativamente ao maior buraco negro conhecido, que pode ter vários milha- res de milhões de massas solares. As observações de perto do ALMA foram essenciais, notaram os investi- gadores, para evitar confundir amedi- ção do buraco negro com a influência gravitacional de outros materiais – estrelas, nuvens de gás interestelar, e matéria negra – que inclui a maioria da massa total da galáxia. “Este bu- raco negro, apesar de individualmente massivo, tem menos um porcento da massa de todas as estrelas na galáxia,” notou Barth. “A maioria da massa de uma galáxia encontra-se na forma de matéria negra e estrelas, e na escala de uma galáxia inteira, mesmo um bu- raco negro gigante é apenas um pe- queno grão no centro. A chave para detetar a influência do buraco negro é observar movimento orbital em escalas tão pequenas que a força gra- vitacional do buraco negro é a força dominante.” Esta observação é a pri- meira demonstração desta capacidade pelo ALMA. Os astrónomos usam vá- rias técnicas paramedir amassa de bu- racos negros. Todas elas, contudo, dependem de rastrear o movimento de objetos tão perto do buraco negro quanto possível. Na Via Láctea, tele- scópios poderosos com base em terra que usam óticas adaptativas conse- guem fotografar estrelas individuais perto do centro galáctico e rastrear com precisão as suas trajetórias ao longo do tempo. Apesar de notavel- mente precisa, esta técnica é fazível apenas dentro da nossa própria Galá- xia; outras galáxias são demasiado dis- tantes para distinguir omovimento de estrelas individuais. Para fazer medições semelhantes em outras galáxias, os astrónomos ou exa- minam o movimento agregado de estrelas numa região central de uma galáxia, ou rastreiam o movimento de discos de gás e mega-masers – fontes naturais de rádio cósmico. Estudos pré- ALMA mede massa de buraco negro com extrema precisão B uracos negros supermassivos, al- guns com pesos de milhões até milhares de milhões de massas do Sol, dominam os centros das suas galáxias hospedeiras. Para determinar a massa real de um buraco negro su- permassivo, os astrónomos medem a força da sua força gravitacional nas estrelas e nuvens de gás que abundam à sua volta. Usando o Atacama Large Millimeter/ submillimeter Array (ALMA), uma equipa de astrónomos mergulhou no- tavelmente a fundo no coração de uma galáxia elíptica próxima para es- tudar o movimento de um disco de gás interestelar frio circulando o bu- raco negro supermassivo no seu cen- tro. Estas observações providenciam uma das medições de massa mais pre- cisas até agora para um buraco negro fora da nossa Galáxia, ajudando a estabelecer a escala para estes gigan- tes cósmicos. Para obter este resultado, Aaron Barth, um astrónomo da Uni- versity of California, Irvine (UCI), e a sua equipa usaram o ALMA para medir a velocidade de gás de monó- xido de carbono em órbita à volta do buraco negro no centro de NGC 1332, uma galáxia elíptica massiva a aproxi- madamente 73milhões de anos-luz da Terra na direção da constelação sud- este Eridanus. “Medir a massa de um buraco negro com precisão é muito desafiante, mesmo com os telescópios por ALMA Observatory

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