Notícias do Espaço maio-junho 2018

33 MAIO-JUNHO 2018 CRÓNICAS ESPACIAIS na Alemanha, e co-investigador prin- cipal do MATISSE, comenta: “Ao uti- lizarmos o MATISSE para observar as regiões internas dos discos protopla- netários, esperamos aprender mais sobre a origem dos vários minerais contidos nestes discos — minerais estes que irão posteriormente for- mar os núcleos sólidos de planetas como a Terra.” Walter Jaffe, cientista de projeto e co-investigador principal do instru- mento, da Universidade de Leiden, na Holanda, e Gerd Weigelt, tam- bém co-investigador principal, do Instituto Max Planck de Rádio Astro- nomia (MPIfR), em Bona, na Alema- nha, acrescentam: “O MATISSE for- necer-nos-á imagens de regiões de formação planetária, estrelas múlti- plas e, quando operar com os Teles- cópios Principais do VLT, poderemos ver também os discos poeirentos que ‘alimentam’ os buracos negros super- massivos. Esperamos também obser- var detalhes de objetos exóticos do nosso Sistema Solar, tais como vul- cões em Io, e as atmosferas de exo- planetas gigantes.” O MATISSE é um combinador de fei- xes de quatro direções, o que signi- fica que combina a radiação colec- tada por até quatro dos Telescópios padrão de interferência que contém informação sobre a aparência do ob- jeto e a partir do qual pode depois ser reconstruída uma imagem. A primeira luz do MATISSE assinala um enorme passo em frente para os atuais interferómetros ópticos/infra- vermelhos e permitirá aos astróno- mos obter imagens interferomé- tri- cas com maiores detalhes ao longo dum maior intervalo de comprimen- tos de onda do que o atualmente possível. O MATISSE complementará ainda os instrumentos planeados para o futuro Extremely Large Teles- cope do ESO (ELT), em particular o METIS (the Mid-infrared ELT Imager and Spectrograph). O MATISSE ob- servará objetos mais brilhantes que o METIS, mas atingirá maior resolu- ção espacial. Andreas Glindemann, gestor de pro- jeto do MATISSE no ESO, conclui: “Tornar o MATISSE uma realidade foi o trabalho de muitas pessoas ao longo de muitos anos e é maravi- lhoso ver o instrumento a trabalhar tão bem. Estamos ansiosos para ver a ciência que aí virá!” E sta imagem é uma versão colorida das primeiras observações interferométri- cas do MATISSE da estrela Sirius, combinando dados de quatro Telescópios Auxiliares do VLT. As cores representam os comprimentos de onda variáveis dos dados, com azul mostrando os comprimentos de onda mais curtos e vermelho por mais longos. As observações foram feitas no infravermelho, então estas não são as cores que seriam vistas com o olho humano. [ESO/MATISSE consortium] Principais de 8,2 metros do VLT ou até quatro dos Telescópios Auxiliares que compõem o VLTI, obtendo tanto imagens como espectros. Deste modo, o MATISSE e o VLTI em conjunto possuem o poder colector de um telescópio com até 200 metros de diâmetro, capaz de produzir as imagens mais detalhadas de sempre no infravermelho médio. Os testes iniciais foram executados com os Telescó- pios Auxiliares, es- tando planeadas observações adi- cionais com os quatro Telescó- pios Principais do VLT nos próximos meses. O MATISSE faz a sobreposição da luz de um objeto astronómico a partir da luz com- binada de telescó- pios múltiplos, o que resulta num E sta imagemmostra a equipe comemorando as primeiras ob- servações bem-sucedidas da luz. [ESO/MATISSE consortium] !

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