Notícias do Espaço Março-Abril 2016
COSMOLOGIA uma nova era: O campo de astro- nomia de ondas gravitacionais é agora uma realidade,” diz Ga- briela González, porta-voz e pro- fessor de física e astronomia na Louisiana State University. “Com esta descoberta, nós humanos estamos a embarcar numa nova demanda maravilhosa: a de- manda para explorar o lado de- formado do universo – objetos e fenómenos que são feitos pelo espaço-tempo deformado. Bura- cos negros a colidir e ondas gra- vitacionais são os nossos primeiros belos exemplos,” diz Thorne. A investigação Virgo é realizada pela Virgo Collaboration, consi- stindo em mais de 250 físicos e engenheiros pertencentes a 19 grupos europeus diferentes de investigação: 6 do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) em França; 8 do Istituto Nazionale di Fisica Nucleare (INFN) em Itália; 2 na Holanda com a Nikhef; o Wi- gner RCP na Húngria; o grupo POLGRAW na Polónia; e o European Gravitational Observa- tory (EGO), o laboratório a conter o detetor Virgo perto de Pisa em Itália. Fulvio Ricci, porta-voz da Virgo, nota que, “Isto é um A simulação computoriza- da ao lado mostra a colisão de dois buracos negros, um evento tremen- damente poderoso detetado pela pri- meira vez pelo LIGO. [Simulating eXtreme Space- times Project] Os gráficos em baixomostramos sinais das ondas gravitacionais dete- tadas pelos obser- vatórios gémeos LIGO em Livingston e Hanford. Os sinais vieramde dois bu- racos negros em fusão, cada um com cerca de 30 vezes a massa do nosso Sol, a 1,3milhares de milhões de anos-luz de distância. Os dois gráficos em cimamostram dados recebidos em Livingston e Han- ford, juntamente comas formas pre- vistas para a forma de onda. Estas for- mas de onda previ- stas mostramo que dois buracos negros em fusão deveriam parecer segundo as equações da teoria geral da relativi- dade de Albert Ein- stein, juntamente como ruído sempre presente dos instru- mentos. O gráfico final compara dos dados de ambos os detetores. Tal como os gráficos revelam, os dados do LIGO encaixam-semuito bem comas previ- sões de Einstein. [Caltech/ MIT/LIGO] marco significativo para a física, mas mais im- portante meramente o início de muitas des- cobertas astrofísicas novas e excitantes que virão com o LIGO e a Virgo.” Bruce Allen, diretor administrativo do Max Planck Institute for Gravitational Physics (Al- bert Einstein Institute, acrescenta, “Einstein pensava que as ondas gravitacionais eram de- masiado fracas para serem detetadas, e não acreditava em buracos negros. Mas acho que ele não se importaria de estar enganado!” Em cada observatório, o interferómetro LIGO em forma de L com duas milhas e meia (4-km) usa luz laser dividida em dois feixes que viaja para trás e para a frente pelos braços (tubos com diâmetro de 4 pés mantidos em vácuo quase perfeito). Os feixes são usados para mo- nitorizar a distância entre espelhos precisa- mente posicionados no fim dos braços. Segundo a teoria de Einstein, a distância entre os espelhos irá mudar por uma quantidade in- finitesimal quando uma onda gravitacional passar pelo detetor. Umamudança nos compri- mentos dos braços mais pequena que um dé- cimo de milésimo do diâmetro de um protão (10 -19 metros) pode ser detetada. São necessá- rios observatórios independentes e largamente separados para determinar a direção do evento a causar as ondas gravitacionais, e também para verificar que os sinais vêmdo espaço e não são provenientes de outro fenómeno local. “Esperemos que esta primeira observação ace- lere a construção de uma rede global de dete- tores para permitir localização precisa de fontes na era da astronomia multi-mensa- geira,” conclui David McClelland, professor de física e diretor do Centre for Gravitational Phy- sics na Australian National University. n
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