Notícias do Espaço Março-Abril 2016

COSMOLOGIA o evento 7 milissegundos antes do detetor emHan- ford – os cientistas podem dizer que a fonte se en- contrava no hemisfério sul. Segundo a relativi- dade geral, um par de buracos negros a orbitar à volta um do outro per- dem energia através da emissão de ondas gravi- tacionais, fazendo com que estes se aproximem gradualmente durante milhares de milhões de anos, e depois muitomais rapidamente nos minutos finais. Durante a fra- ção de segundo final, os dois buracos negros colidem um com o outro a quase metade da velocidade da luz e formam um único e mais massivo buraco negro, convertendo uma por- ção damassa combinada emenergia, segundo a fórmula de Einstein E=mc 2 . Esta energia é emitida como uma forte explosão final de ondas gravitacionais. São estas ondas gravita- cionais que o LIGO observou. A existência de ondas gravitacionais foi primei- ramente demonstrada nos 1970s e 80s por Jo- seph Taylor, Jr., e seus colegas. Taylor e Russell Hulse descobriram em 1974 um sistema biná- rio composto por um pulsar em órbita à volta de uma estrela de neutrões. Taylor e Joel M. Weisberg descobriram em 1982 que a órbita do pulsar estava a encolher lentamente ao longo do tempo devido à libertação de ener- gia sob a forma de ondas gravitacionais. Por descobrirem o pulsar e mostrarem que a me- dição particular destas ondas gravitacionais seria possível, Hulse e Taylor foram premiados com o Prémio Nobel da Física em 1993. A nova descoberta do LIGO é a primeira obser- vação das próprias ondas gravitacionais, feita através da medição de distúrbios minúsculos que as ondas fazemno espaço e tempo háme- dida que passam pela Terra. “A nossa observação de ondas gravitacionais alcança um objetivo ambicioso posto há mais de 5 décadas de detetar diretamente este fe- nómeno elusivo e melhor compreender o uni- verso, e, apropriadamente, preenche o legado de Einstein no 100º aniversário da sua teoria geral da relatividade,” diz David H. Reitze da O Laser Interfe- rometer Gra- vitational-wave Observatory (LIGO) consiste em duas instala- ções largamente separadas dentro dos Estados Uni- dos, uma em Han- ford, Washington (esquerda), e a outra em Livin- gston, Louisiana (por baixo), ope- rada em uníssono como um obser- vatório único. [LIGO Laboratory] Caltech, diretor executivo do Laboratório LIGO. A descoberta foi possível graças às capacidades melhoradas do Advanced Ligo, umgrande up- grade que melhora a sensibilidade dos instru- mentos comparada coma da primeira geração dos detetores LIGO, permitindo umgrande au- mento no volume do universo sondado – e a descoberta de ondas gravitacionais durante a sua primeira tentativa de observação. AUS National Science Foundation é líder no su- porte financial para o Advanced LIGO. A investigação do LIGO é realizada pela LIGO Scientific Collaboration (LSC), um grupo de mais de 1000 cientistas de universidades nos Estados Unidos e em 14 países. Mais de 90 universidades e institutos de investigação na LSC desenvolvem tecnologia de detetores e analisam dados; aproximadamente 250 estu- dantes são membros da colaboração com forte contribuição. “Esta deteção é o início de

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