Notícias do Espaço Março-Abril 2016
CRÓNICAS ESPACIAIS ca muito pequenina, permitindo aos astrónomos explorar o seu conteúdo com grande claridade. Isto não é ape- nas uma questão de aparência; a lim- peza da galáxia é vital para o nosso entendimento do Universo à nossa volta. A IC 1613 é uma galáxia anã na constelação de Cetus (The Sea Mon- ster). Esta imagem do VST mostra a beleza não convencional da galáxia, tudo estrelas dispersas e gás rosa bril- hante, em grande detalhe. O astrónomo alemão Max Wolf des- cobriu o brilho débil da IC 1613 em 1906. Em 1928, o seu compatriota Walter Baade usou o telescópio de 2,5 metros mais poderoso no Mount Wilson Observatory na Califórnia para conseguir observar as suas estrelas in- dividuais. A partir destas observações, os astrónomos perceberam que a galáxia deve estar muito perto da Via Láctea, dado que é apenas possí- vel resolver estrelas individuais com tamanho aparente de alfinetes nas galáxias mais próximas. Desde então os astrónomos confirmaram que a IC 1613 é de facto um membro do Local Group, uma coleção de mais de 50 galáxias que inclui a nossa ga- láxia, a Via Láctea. A IC 1613 so- zinha fica mesmo a 2,3 milhões de anos-luz de nós. É relativa- mente bem-estudada devido à sua proximidade; os astrónomos perceberam que é uma anã irre- gular com falta de muitas estru- turas, tal como um disco estre- lado, encontrado em algumas das outras galáxias diminutas. No entanto, o que falta à IC 1613 em forma é compensado por ar- rumação. Sabemos a distância da IC 1613 com uma notável alta precisão, parte devido aos níveis invulgarmente baixos de poeira tanto dentro da galáxia como ao longo da linha de visão da Via Láctea – algo que permite obser- vações muito mais nítidas. Poeira cósmica é feita de vários elemen- tos pesados, tais como carbono e ferro, assim como moléculas ma- A vizinha galáctica limpa e arrumada da Via Láctea por ESO E sta imagem, capturada com a câmara OmegaCAM no VLT Survey Telescope do ESO no Chile, mostra uma pequena galáxia invulgarmente limpa. A IC 1613 contém muito pouca poeira cósmica, permitindo aos astrónomos explorar o seu conteúdo com grande claridade. [ESO] M uitas galáxias encontram-se cheias de poeira, enquanto outras têm tiras escuras oca- sionais de fuligem cósmica opaca que espirala entre os seus gases e estrelas. Contudo, o tema desta nova imagem, tirada com a câmara OmegaCAM no VLT Survey Telescope do ESO no Chile, é invulgar – a pequena galáxia, cha- mada IC 1613, é uma maníaca da lim- peza! A IC 1613 contem poeira cósmi-
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