Notícias do Espaço Janeiro-Fevereiro 2016
CRÔNICAS ESPACIAIS Spitzer observou no infravermelho médio entre 3.6 e 4.5 μ m). “Descobrimos 574 novas galáxias massivas – a maior amostra jamais reunida deste tipo de galáxias, ante- riormente ocultas, no Universo pri- mordial,” explica Karina Caputi. “Estudá-las permite-nos responder a uma questão simples mas impor- tante: quando é que apareceram as primeiras galáxias massivas?” A obtenção de imagens do cosmos no infravermelho próximo deu aos astrónomos a possibilidade de ob- servar objetos que estão simultanea- mente obscurecidos por poeira e se encontram extremamente distan- tes, criados quando o Universo era muito jovem. A expansão do espaço diz-nos que quanto mais distante estiver uma galáxia, mais depressa parecerá afastar-se de um obser- vador situado na Terra. Este estira- mento faz com que a radiação emi- tida por estes objetos distantes se desloque para as regiões mais ver- melhas do espectro, o que significa que necessitamos de observar no in- fravermelho próximo e médio para capturar esta radiação. A equipa descobriu um enorme au- mento nos números destas galáxias num espaço de tempo muito curto. Uma grande fração das galáxias massivas (mais de 50 mil milhões de vezes a massa do Sol) que vemos atualmente no Universo próximo já tinha sido formada apenas três mil milhões de anos após o Big Bang. “Não encontrámos evidências destas galáxias massivas mais cedo do que cerca de um milhar de milhões de anos após o Big Bang, por isso esta- mos confiantes de que esta é a al- tura em que as primeiras galáxias massivas se devem ter formado,” conclui Henry Joy McCracken, coau- tor do estudo. Adicionalmente, os astrónomos descobriram que exis- tem mais galáxias massivas do que o que se pensava anteriormente. As galáxias que estavam anteriormente escondidas pela poeira são cerca de metade do número total das galá- xias massivas presentes no Universo quando este tinha entre 1.1 e 1.5 mil milhões de anos (isto é equivalente a desvios para o vermelho de entre z=5 e z=4). Estes novos resultados contradizem, no entanto, os atuais modelos que explicam como é que as galáxias evoluíram no Universo primordial, os quais não preveem a existência de galáxias monstro tão cedo no Universo. Para complicar ainda mais as coisas, se as galáxias massivas forem mais poeirentas no Universo primordial do que o esperado, então nem o Ul- traVISTA as conseguirá detetar. Se for este o caso, a teoria atual que ex- plica como é que as galáxias se for- maram no Universo primordial teria que ser completamente revista. O Atacama Large Millimeter/submil- limeter Array (ALMA) irá também procurar estas galáxias poeirentas que podem fazer alterar as regras do “jogo”. Se forem encontradas, serão também objetos a observar pelo telescópio de 39 metros do ESO, o European Extremely Large Telescope (E-ELT), que possibilitará a obtenção de observações detalha- das de algumas das primeiras galá- xias do Universo. A lgumas destas galáxias massivas recentemente descobertas são apre- sentadas de perto nestes pequenos subconjuntos do campo UltraVISTA. [Equipa do ESO/UltraVISTA. Reconhecimento: TERAPIX/CNRS/INSU/CASU] E ste vídeo mostra as galáxias massivas descobertas no Universo primordial. [Equipa do ESO/Ultra- VISTA. Re- conhecimen to: TERA- PIX/CNRS/IN SU/CASU] n
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